A Hora Vazia é uma obra intrigante que transporta o leitor a situações de exceção, que vão acontecendo no dia a dia de Agenor, porteiro de edifício residencial, de um dia para outro convertido em soturno personagem cujas práticas secretas e inconcebíveis nunca chegam a ser comprovadas.

A estranha história contada neste livro poderá ser apreciada sob duas óticas, conforme a imaginação ou o ângulo de observação do leitor.

Será um flash do futuro, acontecendo num processo de condensação do tempo? De forma totalmente involuntária, seria possível a alguém – por razões desconhecidas – avançar no tempo e partilhar do que lá acontece?

Há quem acredite que um dia a Ciência porá em prática o sistema de encurtamento da distância planetária através do processo científico de condensação do espaço físico. O tempo, então, não poderia, também, ser condensado, possibilitando uma antecipação do futuro? Teria Agenor, o porteiro, o privilégio de vivenciar essa teoria?

Entretanto, os otimistas têm a chance de interpretar a estranha história protagonizada pelo também estranho personagem Agenor, como uma fuga mental, sem qualquer conotação com a realidade futura ou científica. Ninguém conseguiu ainda descobrir, na íntegra, as capacidades da mente humana para poder afirmar do que ela é capaz.

Seja qual for a ótica de apreciação deste livro, ele está destinado ao entretimento de otimistas e pessimistas, um exemplo de excepcionalidade na criação literária.